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estranha

Eduardo Perez
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Poesias

estranha

entorpecido
o ar segue lento
e descompassado
como larvas de vidro
sobre a pele
descamada

o que mais quero
é não querer
esta doce mordida
de esfinge:
os seios de rocha
os lábios cobertos
de areia
os olhos
ferozes turquesas

ser devorado ou

parricida:

tomo a terceira via:
seu gosto amargo
no fundo da minha
garganta
seu corpo que cheira
a vazio